
Por Quelyno Souza
Francisco Rodrigues Lima, 68 anos de vida, 43 anos de profissão, 11 dos quais participando do programa Debate Sem Censura, são os dados de um veterano da radiofonia paraibana. O cognome C. Rodrigues recebeu do então companheiro de emissora Ivan Tomaz, que se inspirou no dito popular: “Todo Francisco é Chico”.
Natural do cariri paraibano do município de Pedra Lavrada. Na infância sonhava ser advogado, acabou fazendo carreira no Serviço Público Federal, simultânea a de radialista.
Do matrimônio com Maria de Lourdes Machão, nasceram João Pero, Vera Lúcia, Yuri, Cecília e o radialista Emerson Machado, um dos âncoras do programa Paraíba Verdade, na rádio Miramar FM 107,7 MHz.
Certa vez, em 1964, C. Rodrigues foi escalado pela direção da rádio Arapuan para cobrir um confronto entre representantes da Liga Camponesa e a Policia Militar, ocasião em que morreram 13 pessoas. No dia 24 de agosto de 1975, cobriu outra tragédia, durante o encerramento da Semana do Exército, no Parque Sólon de Lucena (Lagoa), quando uma balsa tipo M-2 afundou, matando mais e 30 pessoas.
Atraído pelo fascínio do rádio, estreou na equipe de esportes da Tabajara, a convite do companheiro Virginio Trindade. C. Rodrigues acredita que sua passagem pela crônica esportiva melhorou seus conhecimentos, pois conviveu com profissionais consagrados como: Ivan Tomaz, Eudes Moacir Toscano, Marcus Aurélio, Vandal Dionísio e o saudoso Hitler Cantalice, radialista e juiz e direito.
Mesmo afastado da crônica esportiva, ainda hoje, vez por outra, C. Rodrigues participa do programa Debate Esportivo, comandado pelo radialista José Ribeiro.
Um homem sensível, C. Rodrigues se emociona ao recordar de sua passagem pelo programa Correio Debate, na rádio Correio, apresentado pelo saudoso Luiz Otávio, seu amigo próximo. “Ele batia nos poderosos e era uma espécie de pai para os humildes”, disse lembrando-se do amigo que se foi.
Antes da Sanhauá, onde milita atualmente, C. Rodrigues passou pelas rádios Tabajara, Correio e Arapuan em João Pessoa; Caturité e Borborema, na cidade de Campina Grande.
Além de repórter, C. Rodrigues destaca-se no radialismo paraibano como comentarista do programa Debate Sem Censura. Seus comentários são sinônimos de imparcialidade, cujo segredo, segundo ele, é não cometer exageros nem injustiças. “Para ele, o reconhecimento do ouvinte é o melhor prêmio que um radialista pode receber”, comenta.
Radialista envolvido com o meio político social, C. Rodrigues elegeu o ex-governador João Agripino e o ex-prefeito de João Pessoa, Hermano Almeida, como destaques da história política paraibana. No radio destacou Antônio Malvino, Cardivando de Oliveira, Jandui Mendonça, Jorge Blaw Silva e Spencer Hartmann, como os grandes radialistas do momento.
Sobre a rádio Sanhauá, C. Rodrigues a considera como um excelente local de trabalho, “A direção deixa a equipe trabalhar à vontade e em nenhum momento impõe exigência ou censura”, disse.
Durante o governo de Castelo Branco, C. Rodrigues lembra ter cometido a sua pior gafe na imprensa, quando chamou o então presidente da república de tenente. Na verdade ele era general, mas, foi confortado pelo presidente Castelo Branco: “Não fico chateado, pois já fui tenente um dia”.
Ex-bom de garfo, antes devorava tudo, hoje é portador de diabetes, sujeito a uma dieta que impede de consumir comida que contenha açúcar. Ouvir radio informativo é o seu passatempo preferido.
“Uma pessoa simples que procura ofender o mínimmo possível o ser humano e que não abre mão do sentimento mais nobre da humanidade a gratidão”, revelou o radialista C. Rodrigues.
Matéria publicada na revista A Paraíba é Noticia em junho de 2005.
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