
Por Quelyno Souza
Nascido predestinado para o rádio, Aírton José da Silva, o "Bolinha", 62 anos, é natural de João Pessoa; casado com Neusa Dumont da Silva, é pai de quatro filhos: Kleber, Karla, Kalina e Kátia Dumont, também jornalista, que por muito tempo produziu o programa de rádio do pai, atuou como correspondente, na capital, de várias emissoras do brejo paraibano; teve passagem pela revista "A Paraíba é Noticia", rádio CBN/Correio da Paraíba, 103 FM O Norte, e atualmente, é uma das produtoras da TV Cabo Branco.
Convidado constantemente para fazer "bicos", Bolinha criou seu próprio estilo. Radialista audacioso iniciou a carreira no final da década de 60, na inauguração da Rádio Correio. Com 42 anos de profissão, Bolinha carrega na bagagem uma vastidão de comerciais, vinhetas e campanhas políticas desenvolvidas na Paraíba, Rio Grande do Norte e Pernambuco.
Em 1970, numa promoção da rádio Tabajara, comandada pelo então diretor Otinaldo Lourenço, que selecionou três cartas. A proposta "Big Show", enviada a emissora pela ouvinte Maria de Fátima, por sugestão do radialista Ivan Tomaz, foi acrescentado ao nome escolhido o apelido do apresentador "Bolinha", numa alusão à forma física de Aírton José. No dia sete de setembro daquele ano, estreava o "Big Show do Bolinha", voltado para um público eclético.
"Big Show do Bolinha", neste ano, o programa completa 39 anos no ar, outro grande sucesso apresentado por Bolinha é "À hora do fuá", programa humorístico, apresentado por ele nas rádios Alhandra FM e Guarabira FM.
Em meados de 1972, Bolinha sofreu a sua primeira e única censura por parte do regime militar. O censor do Departamento de Censura de Diversões Públicas da Policia Federal o notificou, por ter autorizado Genival Lacerda cantar a música "O Negócio da Maria", cuja execução era proibida na época; procurado pelo representante para dar uma explicação, Bolinha omitiu a sua identidade e respondeu assim: -"Ele saiu com Genival Lacerda". Diante desse fato, o censor da policia Federal multou a rádio.
Um fato pitoresco na sua carreira, Bolinha lembra que, em 1974, ao anunciar o novo presidente da República, durante o programa "Alegria Matinal", na rádio Arapuan, trocou o nome do general Ernesto Geisel pelo de Orlando Geisel, irmão do então presidente recém-nomeado.
Outra passagem, não menos cômica, foi na solenidade de abertura da 1ª Festa das Nações, evento patrocinado pelo governo de Tarcisio Burity no Esporte Clube Cabo Branco, quando Bolinha substituiu o apresentador global Cid Moreira. Decepcionado com o valor do cachê recebido, resolveu doar em sua totalidade para uma instituição de caridade.
Profissional competente, Bolinha trabalhou nas rádios Arapuan, Correio da Paraíba, Alhandra FM, Guarabira FM e Globo do Recife, onde apresentou, com J. Albuquerque, o programa "Seu Redator Chefe", além da rádio Tabajara.
Sua equipe de produção é formada pelos profissionais: Bruno Cavalcanti, Fátima Camarato, Cibeli Platini, Neide Tapajós e Chimo Mimi; e os sonoplastas: José Fernandes, Ivan Machado, Roberto Lucas Mandacaru, Arnold Delani e Juninho Bill.
Sempre que pode, Bolinha gosta de descansar no "Balneário Bom Que Dói", situado às margens da BR 101; da cozinha regional é apreciador da "feijoada com muita carne e não feijoágua", acompanhada de um aperitivo, de preferência uísque.
Indagado sobre quem é o comunicador Bolinha, assim respondeu: "Homem simples, não diria que seria o melhor profissional, mas sou ético, não tenho inimizade, nunca puxei o tapete de ninguém, nunca fui nem advertido pela direção da rádio, e tenho pelo ouvinte o maior carinho e respeito, esse segmento representa o nosso maior salário".
Matéria publicada na revista A Paraíba é Noticia em maio de 2005.
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