domingo, 16 de outubro de 2011

A peleja do solteiro contra o casado




A PELEJA DO SOLTEIRO CONTRA O CASADO

História contada por nosso Quelyno
Viraria manchete e letra de hino
No mundo poético dos cordelistas
Daudeth Bandeira, Ivanildo e Panela
Otacílio Batista, Dimas, Lourival,
E outros que pensam em fazer dela
Manchete constante de um só jornal
Quelyno peleja mas nunca revela
O segredo guardado para o seu final

Jornalista 1berto de Almeida



A PELEJA DO SOLTEIRO CONTRA O CASADO

Quelyno Souza

(casado)
Todo homem deve ter uma mulher
Para viver com grande felicidade
Construir uma bela família
Com amor e responsabilidade
Senão vai levar chifre da namorada
E sair dizendo que é feliz de verdade

(solteiro)
Na despedida de solteiro
No bar ele fez arruaças
Quebrou copo, garrafa
Mesa, cadeira e vidraça
Levou uma surra da policia
Que ficou “cagado” nas calças

(casado)
Este sujeito quando bebe
É aquele lengalenga
Por qualquer besteira
O danado arenga
Foi parar na delegacia
Por causa de uma quenga

(solteiro)
Já lhe disse que não quero casar
Da namorada eu tenho é piedade
Nem no dia de “São Nunca”
Só se for contra a minha vontade
Só juntarei meus trapos e troços
Se for para entrar na alta sociedade

(casado)
O meu lar é abençoado
Não tem feitiço nem praga
Todos os dias lá em casa
A família toda me afaga
Carinho da esposa e filhos
Gesto que o dinheiro não paga

(solteiro)
A vida do homem casado
É viver no sofrimento
Escravizado pela mulher
Vive triste feito um jumento
Depois que cai na enrascada
Chamada de casamento

(casado)
Na hora dele fazer a barba
Falta-lhe grana até pra Gillette
Loção e creme de barbear
Usa palito como cotonete
O coitado só tem dinheiro
Pra comprar goma de chiclete

(solteiro)
Agora depois de casado
Passou a ser um refém
Pela esposa é manipulado
Não sabe mais o que tem
A mulher controla tudo
Ele de bens nada tem

(casado)
Desde o dia que casei
No meu lar nada faltou
Passei a lua de mel
Fazendo 24 horas amor
Vivemos em harmonia
E o nosso guri já chegou

(solteiro)
Ele fala que vive em harmonia
Na verdade vive correndo perigo
Tem que lavar, passar e cozinhar
Do contrário da patroa leva castigo
Quem tem uma mulher dessa
"Não precisa na vida de inimigo"

(casado)
A casa de sua atual namorada
Não passa de um barraco
O pãozinho francês é dormido
O cafezinho de lá só sai fraco
O ambiente da sala e cozinha
Só cheira a catinga de sovaco

(solteiro)
O almoço na casa dele
Certo dia saiu insosso
Noutro salgado demais
Da galinha pé e pescoço
Numa mistura de farinha
Com caldo de feijão e osso

(casado)
Lá em casa a mesa é farta
Nada falta meu Senhor
Da família não cobro nada
Cada dia mais feliz eu sou
Você vai morrer de inveja
Sem saber o que é o amor

(solteiro)
Certa feita na casa deste senhor
Fui convidado pra comer cioba
Peixe que se for bem tratado
O sujeito come tudo e nada sobra
O prato de lá estava tão ruim
Não passava de uma gororoba

(casado)
A namorada deste rapaz
Parece mais Olívia Palito
Não sabe lavar nem cozinhar
Além de feia só fala no grito
Ninguém sabe qual dos dois
É o mais ridículo e gasguito

(solteiro)
Quando o sábado amanhece
A mulher quer ir à feira
O coitado sem dinheiro
Faz fiado e cai na bebedeira
Chega em casa sem nada
Na manhã de segunda-feira

(casado)
Este rapaz ainda não casou
Por ser feio vive com desgosto
Já não sabe mais o que fazer
Todo santo dia vai ao posto
Marcar pelo SUS uma cirurgia
Pra colocar botox no rosto

(solteiro)
Namorar é muito bom
Nunca entrei pelo cano
Já perdi até as contas
Das garotas que engano
Quero viver curtindo a vida
Casar só daqui a 100 anos

(casado)
Ele é metido a ser correto
Namorou uma moça depravada
Uma tal de “Maria Corrimão”
Prostituta de carta marcada
Chegou em casa logo dizendo:
-Pai, olha a minha namorada!

(solteiro)
Se a garota é charmosa
Demonstro que sou sincero
Conquistar e fazer amizade
Na vida é o que mais quero
Amar sem nenhuma medida
E viver com preocupação zero

(casado)
No dedo anelar da mão esquerda
O casado carrega a sua aliança
Simbolizando o seu estado civil
O solteiro só pensa em vingança
Vive metido em cada encrenca
Perturbando amigos e a vizinhança

(solteiro)
O homem quando se casa
Chama a mulher de querida
Ela meu bem e meus bens
Logo cresce a barriga
Chega o filho com aperreio
O pai e a mãe vive na intriga

(casado)
No fim de semana leva a garota
Pra comer churrasquinho de gato
Passear e comentar a vida alheia
Ouvir o que não presta e fazer boato
Por onde este casal caminhar
Ganha sem demora a fama de chato

(solteiro)
Este senhor foi trabalhar fora
Na empresa de um grã-fino
Na volta achou a esposa diferente
Ela esperava mais um menino
Procurando o pai da criança
Por pouco não virou assassino

(casado)
Senão fizesse o teste de DNA
Este moço seria enganado
De susto ele quase morre
Quando recebeu o resultado
Para a sua maior decepção
O pai da criança era o delegado

(solteiro)
A moça que tinha um belo corpo
Hoje no corpo só tem banha
Quando ela fica por cima
Ele não aguenta e faz manha
Se não fizer do jeitinho dela
Toda noite na cama ele apanha

(casado)
O casamento trouxe-me alegria
Casei com uma bonita donzela
Hoje virou uma senhora do lar
Não existe mulher mais bela
Cuida de mim e dos filhos
Vivo apaixonado demais por ela

(solteiro)
Todo final de semana tem festa
Tem cerveja, cachaça e mulher
Namoro e fico a vontade
Não dou mole, não sou Mané
Assim meu amigo vou vivendo
Até quando Jesus Cristo quiser

(casado)
Dormir a dois é muito bom
O amor fica muito mais forte
Ter uma mulher como a minha
É preciso o sujeito ter sorte
O nosso caso só vai acabar
No dia da minha morte

(solteiro)
Assim que este individuo casou
Da esposa cresceu a barriga
Ficou andando todo desconfiado
E na rua o povo fazendo intriga
Comentando em todo canto
Será ele o pai do filho da rapariga?

(casado)
Não é mentira minha, este rapaz
Quando namorava uma gata
Andava todo abestalhado
Só saia de terno e gravata
Depois que virou corno afamado
Ficou aí entregue as baratas

(solteiro)
Na praia sua esposa faz pose
De biquíni fio dental rebola
No shopping de tudo compra
Sai de lá arrastando sacolas
E o marido besta em casa
Tomando cachaça e coca-cola

(casado)
Ele fez uma declaração de amor
Pensando que namorava uma musa
Por onde passava chamava atenção
De salto alto e de decote na blusa
A moça roubou todo o seu dinheiro
E até hoje a danada ainda lhe abusa

(solteiro)
O homem que não cuida da esposa
Tem o seu destino todo traçado
A mulher vive pulando a cerca
E ele cego ainda diz que é amado
E o povo na rua só fuxicando
Eita! Que cheiro de chifre queimado!

(casado)
Você confia em qualquer mulher
Numa noite gasta todo o salário
Com restaurante, boate e motel
Por onde passa é chamado de otário
Se for dormir na casa da namorada
Na hora H, o Ricardão sai do armário

(solteiro)
Deus perdoe este senhor
Que me xinga desse jeito
Sem motivos aparentes
Tudo que faço coloca defeito
Será que ele tem ciúmes de mim
Ou vive com amargura no peito?

(casado)
O fato que agora vou contar
Aconteceu com este moço
Depois que perdeu a noiva
Conheceu o fundo do poço
Largado no meio da rua
Ficou só o couro e o osso

(solteiro)
Para agradar a sua esposa
Ele comprou à prestação
Um celular ultrapassado
O aparelho era de cartão
Por incrível que pareça
Nunca fez uma ligação

(casado)
Certo dia este moço foi enganado
De desgosto da vida quase some
O que a sua namorada escondia
Entre as pernas assustava o homem
Seus peitos pontudos não passavam
De duas bolas flácidas de silicone

(solteiro)
Tenho pena de sua senhora
Que é uma mulher de estudo
Ter que suportar um analfabeto
Analfabeto de pai e mãe em tudo
É mil vezes melhor conversar
Com um cego, surdo e mudo

(casado)
Se você casar num domingo
Vai levar ponta na segunda
Na terça-feira tentar o suicídio
Na quarta sofrer de caganeira
Na quinta ser chamado de corno
E fugir com aprendiz de piniqueira

(solteiro)
Namorar uma mulher burra e feia
É levar da vida um grande castigo
Aguentar todo tipo de brincadeira
Servindo de chacota para os amigos
Viver de si mesmo desconfiado
E com medo até de papa-figo

(casado)
A gata dele gosta de vestir
Blusa tomara-que-caia
Calça colada, short curto
Vestidinho e microssaia
O coitado vai acabar
Levando mais uma “cangaia”

(solteiro)
Na casa dele todos estão doentes
Com a balança ele sempre briga
A mulher com varizes e celulite
A filha reclama de dor de barriga
O cachorro e o gato com carrapato
E o recém-nascido com lombrigas

(casado)
O homem sem uma esposa
Vive triste e abandonado
O sujeito que não casa
Não sabe o que é ser amado
Vai parar internado num asilo
Doente, sozinho e abusado

(solteiro)
Todo fim de semana é assim...
A mulher dele, dele enche o saco
Para cortar e pintar a cabeleira
Tomar banho de colônia Racco
Passar esmalte nas unhas
E depilar as coxas e o sovaco

(casado)
Rapaz você não tem educação
Andando em público tira meleca
No carro, ônibus e trem arrota
Bebe água sem lavar a caneca
Toda vez que solta um “pum”
Não escapa calça nem a cueca

(solteiro)
Na época de sua infância
Era acostumado a comer barro
Na adolescência tomava pinga
Cerveja, rum e fumava cigarro
Agora já depois de velho no peito
Só carrega tristeza e catarro

(casado)
Este rapaz usava perfume de grife
De noite apostava todas as fichas
Cortava o cabelo num salão de luxo
Fazia as unhas, nos pés passava lixa
Acabava de madrugada numa pousada
Dormindo nos braços de uma bicha

(solteiro)
Ele fala mas nada prova
Fofoca e foge do assunto
De tanto entrar em enrascada
Qualquer dia vai virá presunto
Pelo jeito a funerária vai faturar
Com mais um caixão de defunto

Botafogo - Uma história em jogo


















BOTAFOGO - UMA HISTÓRIA EM JOGO

Quelyno Souza


Peço licença a Vossa Senhoria,

pra contar do Botafogo sua história,

que ora completa oitenta anos

de muita persistência e glória.

Que "dias melhores virão",

com muito, muito mais vitórias.



Na casa de dona Sebastiana,

em reunião comandada por Beraldo,

com Manoel Feitosa e José de Melo,

Enoc Lins e Edson Machado,

contou ainda com Livonete Pessoa,

nesse dia o Botafogo foi fundado.



Era o dia vinte e oito de setembro

de mil novecentos e trinta e um.

Na rua, no bairro e na cidade

logo correu um zum-zum-zum,

que o Botafogo surgia pra ficar:

o clube não seria só mais um.



Na Rua Borges da Fonseca,

no bairro do Roger nesta capital,

foi lá onde o clube nasceu,

para alegria de todo pessoal.

E hoje vive fazendo história

no cenário do futebol nacional.



No inicio da fundação tudo faltava.

É verdade, o clube nasceu pequeno!

Mas, com a ousadia de seis garotos,

pra treinar encontraram um terreno.

Hoje tem a Maravilha do Contorno,

sede e alojamento do Botinha veneno.



O Botafogo só joga na bola.

Tem vigor, nunca dá ponta-pé.

Até o seu emblema é diferente:

não tem uma letrinha sequer.

É representado por uma estrela,

mas, não é uma estrela qualquer.



A estrela de vermelho foi pintada,

a pedido do radialista Ivan Tomaz.

Pra diferenciar do Botafogo carioca,

ganhar um brilho e um toque a mais!

O seu emblema ficou muito legal!

Tá no sangue e da mente não sai!



Carinhosamente, de “Belo” é chamado.

Nasceu alvinegro e alvinegro continua.

No gramado, dá conta do recado.

A arquibancada parece ser só sua.

Sua estrela vermelha solitária,

brilha, brilha muito mais que a lua.



Escrito pelo saudoso Livardo Alves,

no estádio por toda galera é cantado,

o hino do Botafogo paraibano,

deixa o torcedor super animado!

No campo o time dá show de bola

e o adversário sai derrotado.



Seu mascote é um xerife.

"Belo" é seu apelido.

Quem escuta seu grito

não se esquece de ter ouvido.

Volta sempre ao Almeidão

e vibra com cada lance assistido



Na conquista do primeiro título,

o Botafogo não pegou moleza:

enfrentou o time São Bento,

cometendo falhas na defesa.

Dois a dois foi o resultado:

um placar injusto com certeza



Em mil novecentos e trinta e seis,

contra o time Sol Levante,

veio o primeiro titulo estadual,

com um ataque fulminante!

O Botafogo saiu campeão,

depois de um jogo eletrizante.



Aqui no estado da Paraíba,

o Botafogo é pura tradição.

É sem dúvida, disparado, o clube

que mais vezes foi campeão.

Se você torce por outro time,

venha “Viver essa paixão”



Na Maravilha do Contorno,

a sala de troféus é bendita.

Virão muitos mais por aí.

Que a verdade seja dita!

Que a diretoria trabalhe

por uma sede mais bonita!



A famosa Maravilha do Contorno,

sede do Botafogo fica no Cristo.

Lá tem campos de treinamento,

faço aqui mais este registro.

No futuro será campo de jogos,

pelo menos é o que está previsto.



No estádio não tenho preferência:

cadeira, arquibancada sombra ou sol.

O importante é que a equipe vença,

iluminado quanto sob a luz do farol.

Domine o adversário completamente,

jogando seu verdadeiro futebol.



Quando entra nas quatro linhas,

de camisa branca ou listrada,

pela torcida o time é saudado:

agitam bandeiras na arquibancada,

a charanga começa a tocar,

a torcida vibra com cada jogada.



A torcida é seu patrimônio.

Com a galera, tem um elo.

Seja com quem for à partida,

seja qual for o próximo duelo.

O torcedor mostra fidelidade,

em qualquer jogo do “Belo”.



Sua torcida vem crescendo.

Do Cangote do Urubu ao Valentina,

do Buraco da Jia à Bola na Rede,

espalha-se e ninguém mais domina.

Tem gente da ralé e burguesia,

tem torcedor até na Palestina



Do litoral do estado ao sertão

dessa terrinha, tão querida!

Não tem nem comparação:

o "Belo" tem a maior torcida.

Quem duvidar basta assistir a

um jogo do Botafogo da Paraíba.



Quando a charanga toca,

a arquibancada pega fogo

com a torcida Império.

E a Bota Chop vira o jogo,

no final de qualquer partida,

quem ganha é o Botafogo.



A Velha Guarda faz presença.

A torcida botafoguense é demais!

Não importa qual a competição,

pra todo o lugar que o clube vai,

a torcida da Fogomania, Fúria

e a galera da Jovem vai atrás.



A Independente manda força

da arquibancada, fazendo zoada.

E a galera Anjinhos do Belo

fica com a faixa toda virada,

agitando toda massa alvinegra,

se o time estiver mal na jogada



De ônibus, avião, navio e trem,

de fusca, mercedes ou Verona,

a galera vai de caminhão,

até mesmo debaixo da lona,

pra incentivar o Botafogo,

o torcedor vai de pé ou de carona.



É triste, mas agora vou dizer:

não tem botafoguense que agüente,

ver um automobilista puxa-saco,

um nacionalino descontente,

um trezeano chorão e fanático,

um torcedor Campinense doente.



Do Botafogo sou torcedor,

e, por isso, a Deus sou grato.

Comemoro cada vitória do time,

seja em qual for o campeonato.

Assistir jogos do Botafogo,

é viver e ser feliz de fato.



Hoje tem mais um jogo.

Eu não me engano.

Seja qual for o adversário,

aqui vai entrar pelo cano!

Quem manda no Almeidão

é o Botafogo paraibano.



Em todo dia de jogo é assim:

pego o meu radinho de pilha

e para o estádio eu vou.

Levo toda a minha família

pra ver mais uma vitória

do time da Maravilha.



Cada jogador botafoguense,

seja qual for a categoria,

joga com garra e determinação.

Digo, sem nenhuma demagogia,

ser torcedor do alvinegro

é viver em constante alegria.



A equipe feminina do clube

joga bola bem até demais!

Belas, mas feras no gramado,

tanto na frente como atrás.

As moças desfilam em campo.

O que elas fazem ninguém faz!



Entre os grandes jogadores:

Marajó e Betinho vou destacar.

Ainda Berto, Lula e Pagé,

Ferreira, Bola Sete e Vavá,

Washington Luiz e Lobo,

pelo o que eu vi e ouvi contar.



Severino dos Ramos Lins,

o "Fiapo de Ouro" ou Nininho,

ainda estão na mente do torcedor,

seus gols e do goleador Dentinho,

jogadas brilhantes de Esquerdinha

e do ex-dirigente e jogador Melinho.



O maior goleador, Chico Matemático,

era jogador por profissão e engenheiro.

Com cento e sete gols marcados

levava desespero a qualquer zagueiro.

Depois de calcular cada jogada,

finalizava sem dar chance ao goleiro.



Outro grande goleador foi Dentinho.

E Agnaldo – o famoso “Risadinha”.

Dois centroavantes oportunistas,

sem nunca terem usado a paradinha,

fizeram mais de cento e cinqüenta gols,

defendendo a camisa do Botinha.



O craque Washington Luis,

que por todos era admirado,

jogou por mais de onze anos:

o melhor zagueiro do estado!

Não perdia uma jogada sequer.

Era soberano em todo gramado.



"O matador de tricampeões",

pela revista Placar foi chamado.

Por bater Flamengo e Internacional,

em todo canto do país foi falado.

O Botafogo foi destaque nacional

e até hoje esse fato é comentado.



O time assim foi escalado:

Hélio Show, Gerailton, Nonato,

Deca e Marquinhos na defesa.

No meio campo, o segredo de fato:

Nicásio, Magno e Zé Eduardo,

um dos melhores do campeonato.



Como na defesa e meio campo,

na frente tinham craques:

Getúlio, Evilásio e Soares

comandavam do time o ataque.

E no banco Cláudio e Dão.

O treinador Caiçara era destaque.



Quem assiste a um jogo do “Belo”

num domingo no estádio Almeidão,

vive momentos de puro prazer:

sente o time jogar com empolgação!

Fica tão satisfeito que implanta

uma estrela vermelha no coração.


Vinte e seis títulos conquistados,

o Botafogo é o maior time de massa.

Aqui no estado da nossa Paraíba

faz –se do “Belo” o maior papão de taça.

Deixa qualquer torcedor satisfeito,

ganhos nos gramados com raça.



Em mil novecentos e oitenta e sete,

o Botafogo paraibano foi jogar lá fora.

Eu não posso negar a história,

foi pra Europa e quase se atola.

Jogou dez partidas e nenhuma vitória.

Fez turismo e esqueceu-se de jogar bola.



Foi na Copa do Brasil que o Botafogo

conheceu o verdadeiro fundo do poço:

contra o São Paulo fez seu pior jogo,

com um time frouxo e preguiçoso.

Se eu não assistisse a partida – diria:

que dez a zero é placar de mentiroso.



No ultimo campeonato estadual,

o elenco não era preparado.

E o Botafogo paraibano

deixou o torcedor contrariado.

Faltou competência e garra.

E acabou sendo eliminado.



Peço ao meu bondoso Deus

que tenha compaixão

e atenda esse meu pedido:

ver o "Belo" na primeira divisão

e antes de minha morte chegar,

ainda quero vê-lo campeão.




AVANTE "BELO" !

Ao time mais glorioso,

eu dou a minha vida!

Avante! Alvinegro, vitorioso,

Botafogo da Paraíba!



Oh! Botafogo paraibano!

Como é Belo teu futebol

O teu destino é só vencer.

Quer faça chuva ou faça sol.

A tua estrela vermelha

brilha mais que a luz do farol!



Ao time mais glorioso,

eu dou a minha vida!

Avante! Alvinegro vitorioso

Botafogo da Paraíba!







TERRA PARAÍBA

PREFÁCIO

Perilo H. Lucena

Prefaciar Quelyno Souza é muito fácil. Conhecendo-o desde tenra idade,
espelho-me em sua vida para comentar a obra: Terra Paraíba.
Bom paraibano, dedicação essencialmente telúrica, deleita o leitor com
informações de nossa história, hábitos, cultura, religiosidade e até
da política. Dando volta pelo esporte, termina com o turismo.
O modo de apresentação desta peça é bem nordestino lúdico e didático.
Ele é uma aula viva de cidadania e amor à nossa Paraíba. É um “cordel”
sem o rigor da métrica cantareira, mas que faz um perfil geopolítico
de perfeição acadêmica.
Também senti vontade de escrever e acrescentar quando li seu folheto.
Em nenhum momento inclinei-me a suprimir algo. Gostei até da capa.
Parabéns Quelyno Souza.



TERRA PARAÍBA

Quelyno Souza

Meu senhor, minha senhora,
não sou nem historiador
nem tocador de viola.
Vou contar, sem demora,
da minha terra, Paraíba ,
um pouco de sua história.

O meu estado é pequeno,
mas, abençoado pelo criador.
Tem homem “caba da peste”
e “Mulher macho sim sinhô”,
Fica na região Nordest.
É a Paraíba meu doutor!

Mede mais de cinqüenta e seis
mil quilômetros quadrados.
Essa é a sua verdadeira extensão.
Assim está dividido e habitado:
Litoral, brejo, agreste, cariri
e pelo sertão o estado é formado.

Cidade banhada pelo mar,
nossa capital fica situada
à margem do Rio Sanhauá.
De inicio, a terra foi controlada
pela Espanha, França e Holanda
e por Portugal foi colonizada.

A partir de mil quinhentos
e oitenta e cinco foi colonizada
com a concessão de Sesmaria.
Surgiram os primeiros povoados:
os municípios foram criados.
Do litoral ao sertão foram habitados.

Duzentos e vinte e três município,
se não me falha a memória.
De Cabedelo até Cachoeira,
o paraibano segue sua trajetória.
De Frei Martinho a Zabelê
cada povo com a sua história.

Nossa Senhora das Neves, o primeiro
nome da minha cidade preferida.
Depois foi batizada de Filipéia.
Frederica veio logo em seguida.
Por quarto, Paraíba do Norte
e por fim João Pessoa foi escolhida.

Tenho pena dos índios Cariris
que morreram na serra.
Dos Tabajaras e Potiguaras
que tombaram na guerra.
A Paraíba perdeu nativos
na defesa de suas terras.

Nascido na cidade de Guarabira
por João Pessoa fui adotado.
No ponto mais oriental das Américas,
por Jesus Cristo sou iluminado.
Na cidade mais verde do país
vivo amando, feliz e sossegado.

Um senhor tal de Paulus Linge,
homem de grande perversidade,
arrastou Estevam Fernandes
pelas principais ruas da cidade.
Enforcou o coitado Gonçalo Cabral
com total requinte de crueldade.

Anexada à Capitania de Itamaracá,
a Paraíba sofreu com a dependência.
Abandonada e de pires na mão,
sem estrutura entrou em falência.
Toda a comunidade paraibana
sem forças caiu na decadência.

O Capitão-mor Fernando Castilho
à Maria Primeira solicitou
e através de Carta Régia
a Rainha um decreto baixou:
em mil setecentos e noventa e nove
a Paraíba de Itamaracá se libertou.

A bela moça de nome Branca Dias,
uma lenda paraibana virou.
Filha de Simão e dona Maria,
recebeu uma declaração de amor .
De um nobre padre, certo dia
a sua vida assim acabou...

À santa inquisição foi denunciada
como o amor não era de brincadeira,
acabou sendo julgada e condenada,
Branca Dias, a donzela brasileira
em Portugal na cidade de Lisboa,
a moça foi jogada na fogueira.

O Imperador Dom Pedro II
quando por aqui ele passou,
mil oitocentos e cinqüenta e nove,
num barco movido a vapor,
visitou a Fonte do Tambiá, igrejas
e a Ponte Sanhauá atravessou.

Em mil oitocentos e setenta e quatro,
a revolta Quebra-Quilos mudou a região.
Na cidade de Fagundes ocorreu o fato:
cobrança de impostos pelo uso do chão.
Cada comerciante teria que pagar
por toda carga levada, um tostão.

Quiseram nova lei implantar
nas ruas do comércio informal.
De Fagundes até a Vila de Ingá,
quebrando pesos e medidas no local.
A ordem aqui só foi restaurada
com ajuda do governo Imperial.

Depois de matar a menina Francisca
Dona Domitila jogou o corpo no mato,
causando revolta a toda a população.
E nas cidades circunvizinhas a Patos,
Deus ganhou mais uma santinha,
no ano de vinte e três, aconteceu o fato.

No governo de João Pessoa
os coronéis estavam apavorados :
o senhor José Pereira de Lima
foi autor de um fato inusitado:
decretou a cidade de Princesa
Independente do nosso estado.

Em julho do ano vinte e nove
João Pessoa fez o que quis:
negou o apoio do estado
ao presidente Washington Luis,
saiu como vice de Getúlio Vargas,
achando ser melhor para o país.

João Pessoa foi assassinado,
em Recife, na Confeitaria Glória,
por João Dantas, um advogado.
O povo guarda ainda na memória:
a Paraíba perdeu seu presidente
e entrou de vez para a história.

A cidade de Campina Grande
é um grande centro comercial.
Seguido de Mamanguape, Sapé
Santa Rita, Guarabira, Pombal
Bayeux, Cajazeiras e Sousa
assim crescem o interior e a capital.

O nome da nossa capital
no ano trinta foi alterado
de Paraíba para João Pessoa.
Igualmente a bandeira do estado
passou a ser simbolizada
com o nome Nego estampado.

Tem gente que prefere as praias
do nordeste e detestam as do sul,
outros de Jacaré, Coqueirinho
Cabo Branco, Jacumã, Tambaú.
Na praia naturista de Tambaba,
só toma banho quem ficar nu.

“Morre sem ter prazer na vida”
quem não comer na Paraíba feijão,
rapadura, bode assado e guisado,
canjica, pamonha, mungunzá e pirão,
carne de sol, mocotó, buchada
xerém, tapioca, beiju e rubacão.

É gostoso e só faz bem,
quem quiser é só provar.
As coisas que minha terra tem
manga, melancia, maracujá,
abacaxi, graviola, laranja
banana, coco, caju e cajá.

Na pecuária da terra paraibana
tem bovinos, ouvinos, e caprinos.
Para alimentar todo o nosso país:
o senhor, a senhora e o menino.
Na agricultura é rica em cana,
macaxeira, batata e pepino.

Festival de Inverno, Fenart, Lapinha,
Folia de Rua, Carangafest, Xaxado,
Pastoril, Vaquejada, Nova Consciência,
A Cachaça e Rapadura são aprovados.
São João, Bode Rei, Cambindas
são os principais eventos do estado.

Cachaça boa nas feiras livres,
é fácil demais encontrar .
Violeiro e embolador
improvisando no lugar .
O poeta vendendo corde,
nossa sabedoria popular.

Turista nenhum pode negar:
na Lagoa vale à pena passear!
Lajedo de Pai Mateus, Bica, farol,
no forte e Vale dos Dinossauros,
Parque do Povo e a Pedra de Ingá
são lugares bonitos para visitar.

Municípios com nomes estranhos
Zabelê, Mãe d´água, Cajazeiras
Coxixola, Itapororoca, Puxinanã
Riacho dos Cavalos, Catingueira
Catolé do Rocha, Baía da Traição
Gurinhém, Matureia e Cabaceiras

Municípios com nomes de santos,
na Paraíba você encontra aqui e ali.
Brejo dos Santos, Bonito de Santa Fé
São Gonçalo, São José do Sabugi
São Bento, São Mamede, Santo André
São José dos Ramos e São João do Cariri

Barra de Santa Rosa, Santa Inês
Santa Helena, Santa Terezinha,
peço aos santos pela Paraíba.
Não posso esquecer-me da santinha
Santa Cruz, Santa Luzia, Santa Rita.
Benção para minha querida terrinha

Quando a seca aperta por aqui,
para salvar a lavoura da região,
o sertanejo faz uma prece
ao Padim Ciço e Frei Damião.
Não demora quase nada
e de Deus recebe proteção.

Políticos que fizeram história:
Venâncio Neiva, Ruy e Ricardo
Sólon, Epitácio e João Pessoa
Erundina, Álvaro Lopes Machado
Chateaubriand, Argemiro Figueiredo
e o grande economista Celso Furtado

A Paraíba é rica em minérios
e muito mais em cultura:
Artes plásticas, música, teatro
Fotografia, cinema e literatura.
É arte feita com categoria
mexe com qualquer criatura.

Em Areia tem o teatro Minerva
Santa Rosa, Paulo Pontes na capital
Matam a qualquer um de inveja.
Em Campina, o Severino Cabral
São palcos que nos encantam
Com rara beleza estrutural .

Estrelas do teatro paraibano
ganharam e ganham troféus .
Paulo Pontes, Ednaldo do Egypto
cada um deu conta do seu papel:
Luiz Carlos, Tomáz, José Dumont
Marcélia Cartaxo e Altimar Pimentel.

O cinema paraibano é iluminado.
José Joffily, Manfredo e Machado,
Irmãos Vladimir e Walter Carvalho.
Em todo o país são respeitados,
Aruanda por Linduarte foi filmado.
No Brasil são cineastas afamados.

A música paraibana tem Vital Farias
Genival Lacerda, Elba Ramalho e Zé
Antônio Barros, Ceceu, Chico César
Herbert Viana e Geraldo Vandré
Pedro Osmar, Jackson do Pandeiro
Pinto do Monteiro e Flávio José.

Paraibanos, artistas de respeito
Roberta Miranda se faz presente.
Quem escuta fica logo satisfeito:
Amazan, Biliu, Marinês e sua gente,
Oliveira de Panelas, Canhoto da Paraíba
Otacílio Batista e Gerardo Parente.

São artistas de primeira grandeza.
O crítico de artes vê detalhes
na obra de Miguel dos Santos
José Altino e Flávio Tavares
Raul Córdula, Chico Ferreira
Capitulino restaura terras e mares.

Antônio Dias e Alexandre Filho,
artistas com grande merecimento .
Pedro Américo nosso maior pintor,
José Crisólogo à arte dá movimento.
Jackson Ribeiro foi bom escultor
João Câmara premiado por talento.

Na literatura José Lins do Rego
e José Américo se destacam bem.
Ariano Suassuna e Bráulio Tavares,
o povo brasileiro lê também.
Ascendino, Ronaldo e Sérgio
Augusto poetas como ninguém

Não é pequeno nem grande,
nem fraco nem tampouco forte.
No futebol Treze e Campinense
Botafogo, CSP e Auto Esporte
Desportiva, Sousa e Nacional ,
o que falta é um pouco de sorte.

Zé Marco no vôlei de praia,
no esporte é terra de valor .
Na natação Kaio Márcio
Ednanci campeã no judô,
Aílton, Júnior, Hulk, Marcelinho
fazem a alegria do torcedor.

Peço ao nobre turista
que a terra Paraíba venha,
que participe da procissão
de Nossa Senhora Penha .
Faça uma oração na igrejinha
para que sorte na vida tenha

Aqui o sol nasce primeiro.
É pura verdade não é boato!
Na cidade mais verde do país,
o turista compra bom e barato.
Lembranças da Terra Paraíba
no mercado de artesanato